Bitcoin sobe para US$ 105 mil; emissora de ETF de criptomoedas prevê alta de 35%

As criptomoedas reverteram as perdas iniciais, enquanto os ativos de risco desconsideraram o rebaixamento da dívida dos EUA pela Moody's.

As criptomoedas retomaram seu espaço na segunda-feira após um início turbulento na sessão de negociação, refletindo uma recuperação mais ampla dos ativos de risco enquanto os traders digeriam o rebaixamento realizado pela Moody’s nas obrigações do governo dos EUA.

O Bitcoin

registrou uma recuperação forte após cair para até $102.000 no início da sessão nos EUA, após seu fechamento semanal recorde em $106.600 durante a noite. A maior criptomoeda em valor de mercado voltou a subir para $105.000 nas negociações da tarde, alta de 0,4% nas últimas 24 horas. Ether

avançou 1,2%, recuperando o nível de $2.500.

A plataforma de empréstimos DeFi Aave

superou a maioria das altcoins de grande capitalização, enquanto a maior parte dos integrantes do Índice CoinDesk 20 ainda permanecia em queda, apesar de terem avançado em relação aos seus valores mínimos diários. Solana

, Avalanche

e Polkadot

recuaram entre 2% e 3%.

O salto se estendeu também às ações dos EUA, com o S&P 500 e o Nasdaq apagando suas quedas da manhã.

O recuo inicial no mercado de criptomoedas e ações ocorreu após a Moody’s ter rebaixado na sexta-feira à noite a nota de crédito dos EUA de seu status AAA. A medida balançou os mercados de títulos, elevando os rendimentos dos títulos do Tesouro de 30 anos para acima de 5% e o título de 10 anos para mais de 4,5%.

Ainda assim, alguns analistas minimizaram o impacto de longo prazo do rebaixamento nos preços dos ativos.

"O que [o rebaixamento] significa para os mercados? No longo prazo – realmente nada," afirmou Ram Ahluwalia, CEO da empresa de gestão de patrimônio Lumida Wealth. Ele acrescentou que, no curto prazo, pode haver alguma pressão de venda centrada nos Treasuries dos EUA devido ao reequilíbrio de grandes investidores institucionais, já que alguns deles são obrigados a manter ativos apenas em títulos classificados como AAA.

"A Moody’s é a última das três grandes agências classificadoras a rebaixar a dívida dos EUA. Isso não foi surpresa – já era esperado há muito tempo," disse Callie Cox, estrategista-chefe de mercado da Ritholtz Wealth Management, em uma postagem no X. "Por isso os investidores em ações parecem não se importar."

Bitcoin tem meta de $138 mil neste ano

Enquanto o BTC paira logo abaixo dos preços recordes de janeiro, a emissora de ETF de ativos digitais 21Shares vê potencial de alta para este ano.

"O Bitcoin está à beira de um rompimento," escreveu o estrategista de pesquisa Matt Mena em um relatório de segunda-feira. Ele argumentou que a atual alta do BTC não é movida pela euforia de varejistas, mas por uma confluência de forças estruturais, incluindo entradas institucionais, uma escassez histórica de oferta e condições macroeconômicas em melhora que apontam para um caminho mais duradouro e maduro rumo a novas máximas históricas.

ETFs de Bitcoin à vista têm consistentemente absorvido mais BTC do que é minerado diariamente, apertando a oferta enquanto grandes instituições, corporações como Strategy e o recém-chegado Twenty One Capital acumulam, e até estados exploram a criação de reservas estratégicas.

Esses fatores combinados podem impulsionar o BTC para $138.500 neste ano, projetou Mena, o que representaria uma valorização de aproximadamente 35% para a maior criptomoeda.